sexta-feira

lixo hospitalar

Problema com importação de lixo hospitalar faz todos ficarem de olho nas roupas

Consumidores estão examinando e perguntando mais sobre as peças / Foto: Viviane Barros Lima/Especial para o JC

Ambulantes do Centro do Recife, que compram muita mercadoria do polo de confecções, estão preocupados. Eles dizem que muitos consumidores já estão perguntando de onde vem a mercadoria e checando os produtos com mais cuidados

Os ambulantes do Centro do Recife, que compram muita mercadoria do polo de confecções, estão bem preocupados com a polêmica do lixo hospitalar. Eles dizem que muitos consumidores já estão perguntando de onde vem a mercadoria e checando os produtos com mais cuidados. A preocupação é sobretudo quando eles vão comprar calças ou bermudas jeans. Nos bolsos de produtos do tipo foram encontrados nomes de hospitais.

Para não ter prejuízo, a ambulante Elisama Alves, que tem uma barraca na Travessa do Mercado de São José, conferiu, ontem cedo, antes das vendas começarem, todos as calças jeans que comprou em Toritama e que estão disponíveis para a venda na sua barraca. “Eu fiquei muito preocupada porque a notícia está em tudo quanto é jornal e televisão. Os clientes já perguntam, então resolvi conferir para ter certeza de que não comprei nenhum produto que tenha alguma mancha ou etiqueta de hospital”, explica.

Com um barraca que fica bem ao lado do Mercado de São José, a ambulante Maria José Costa está mais tranquila porque só vende roupa de criança. “Essa confusão é ruim para quem vende calça jeans de homem. Dizem que o problema está no bolso. Mas os meus clientes perguntam direto e eu mando eles ficarem tranquilos porque aqui não tem coisa do Estados Unidos, não”.

Na Rua das Águas Verdes, bem perto do Mercado de São José, conhecida como um dos polos de venda de jeans no Centro do Recife, tanto os lojistas quanto os consumidores estão preocupados com a polêmica. Alguns lojistas negam que compram mercadoria do polo e dizem que os produtos vêm de Fortaleza e São Paulo. O casal Eduardo Teixeira e Bruna de Oliveira estava fazendo compras, ontem à tarde, na rua mencionada, com bastante cuidado e olhando todos os detalhes da peça. Ele estava com viagem marcada para o polo de confecções, mas desistiu quando começou a ver a notícias sobre o escândalo.

“Eu sempre viajo pra lá para comprar roupas para mim e minha família, mas agora fiquei assustado. Acho que outros consumidores estão se sentido da mesma forma. Aqui na rua a gente está olhando logo o bolso que foi onde encontraram tecido com nome de hospitais”, afirma Eduardo.

Outra consumidora que costuma frequentar o polo de confecções com frequência é Tereza Teixeira. Ela faz a viagem para Toritama e Santa Cruz do Capibaribe de três em três meses. Na quinta-feira (20), comprou uma bermuda em uma das lojas da Rua das Águas Verdes, mas nem reparou direito na peça. Quando foi abordada pela reportagem do Jornal do Commercio ficou um pouco atordoada com a desatenção e começou a checar o bolso para verificar se estava tudo em ordem. “Tudo certo. Ainda bem”, exclamou.

As peças compradas anteriormente é que preocupam Jupiraci Batista. Hoje ela tem o maior cuidado na hora da compra, mas antes da polêmica já comprou muito jeans no polo de confecções e no Centro do Recife. “Quero saber o que a gente faz com as roupas que compramos antes. Esse negócio é antigo, mas só descobriram agora. Fico pensando se tem algum perigo”, completa.

IFO/JC

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